quinta-feira, 10 de maio de 2012

A pratica do amor cristão



Tema: A pratica do amor cristão
Texto: Gálatas 5. 4
 O caos mundial denuncia a principal crise que vivemos a crise de amor. O apóstolo Paulo já afirmou um pouco antes (v. 6) que a fé cristã opera por meio do amor. Não podemos conhecer a fé sem o amor. Não podemos exercer fé genuína em Deus e em Cristo e concomitantemente não praticar-mos o amor. Deus é amor e Jesus Cristo é a confirmação prática do amor de Deus. Todo aquele que “crê” em Deus e em Cristo também deve praticar o amor. Não existe nada mais desagradável do que um ambiente hostil no qual as pessoas se digladiam entre si ao ponto de quase se matarem entre si. A igreja é também uma instituição e como tal é mister que aqueles que a compõem cultivem entre si um ambiente de amor. Nalgum sentido penso no amor como uma longa escadaria da qual a maioria de nós galgou apenas alguns degraus. Mas que possamos avançar nessa caminhada.
O.I.: De que forma nós podemos ser aperfeiçoados na prática do amor Cristão?
O.T.: É preciso conhecer o pensamento “cristão” acerca do amor.

I. As atitudes contrarias ao amor (o que o amor não faz)
1.1 O amor é contrário a calunias (v. 11)
Vemos nesse texto o apóstolo Paulo precisando dar explicações mediante falsos boatos ao seu respeito. Alguém havia espalhado a noticia de Paulo seria a favor da circuncisão, o que favoreceria o pensamento dos judaizantes. Aliás, foram muitas as vezes que falsos rumores surgiram a seu respeito.
Particularmente, não sou do tipo que defende uma espécie de blindagem sobre a imagem de certas pessoas, sejam elas lideres ou não. Todavia, me angustio profundamente de comentários injustos lançados contra mim ou contra outros. Acredito que a velha brincadeira do “telefone sem fio” reflete grandemente a realidade daquilo que vivemos no dia a dia, ou seja, histórias distorcidas, males ampliados e valorizados enquanto as coisas boas são amenizadas, esquecidas e escondidas. Estou plenamente convencido de que as pessoas experimentadas no amor têm uma capacidade dupla: 1) Elas não se deixam influenciar facilmente com a aparência de bondade. Não ficam facilmente impressionadas com a aparente demonstração de bondade que alguns dão. 2) Elas não condenam facilmente as pessoas mediante o primeiro comentário Negativo ao seu respeito. Elas pesam os fatos, não se deixando levar pelo primeiro boato. (Ilustração, Quando estiver diante de uma questão, examine-a de ambas as faces antes de qualquer coisa).
Quero concluir esse ponto dizendo que nenhum de nós possui alguma espécie de seguro contra calunias. Qualquer caluniador pode proferir qualquer calunia contra qualquer homem e contra qualquer mulher de bem e ainda assim a pessoa não ter como se defender. A única “garantia” de dispomos é o fato de que o que houve seja alguém experimentado no amor e saberá administrar a situação.
1.2 O amor é contrário ao erro doutrinário (v. 10,12)
Quando digo “erro” doutrinário eu me refiro a todo ensino, ideia, conceitos ou sofismas que contrariem qualquer orientação bíblica desde as suas grandes doutrinas até os ensinos mais elementares da fé e da conduta cristã.
Tal atitude dos judaizantes estava “inquietando” os crentes em gálatas fazendo com que eles entrassem em duvidas e assim se demovessem do seu estado de graça (v. 4). Por essa razão Paulo profere contra os judaizantes certa sentença condenatória (v. 10) e chega mesmo a desejar que sejam “castrados” os que assim procedem (v. 12).
Conclui-se assim que todo comportamento que fere a verdade e que promove a “inquietação” no seio da igreja deve ser prontamente rechaçado por todo cristão comprometido com o amor cristão e com o Cristo de amor, e isso vale para qualquer pessoa (v. 10b)
1.3 O amor é contrário a agressividade (v. 15)
É possível conceber um certo tipo de “agressividade” cristã melhor entendida como zelo cristão. É o caso de Jesus expulsando os vendedores do templo ou mesmo o caso de Paulo desejando a castração dos opositores do evangelho entre os Gálatas (v. 12). Nesses casos o que se vê é o que poderíamos chamar de “ira santa”.
Nesse caso aqui o que vemos é uma agressividade carnal, uma hostilidade vil, injustificada e às vezes preconceituosa entre irmãos. Atitude preconceituosa não combina com o cristianismo. Olha o que disseram alguns santos do passado sobre o assunto: Crisóstomo: Morder é ato de alguém que está furioso; devorar, de alguém que persevera na milícia.
Lutero: Quando a fé em Cristo é derrubada por terra, a paz e a unidade chegam ao seu fim na igreja local. Opiniões e desavenças sobre doutrinas e sobre a vida diária v
ao surgindo, e um membro morde e devora a outro, ou seja, condenam-se uns aos outros, até serem consumidos. Rendal: Se o espirito de amor mútuo não impede os irmãos crentes de fazerem de presas uns aos outros, então estão em perigo de tal destruição.
Calvino: Quão lamentável, quão desvairado é que nós, que somos membros do mesmo corpo, estejamos juntamente compactuados, de pleno acordo, para nossa destruição mútua.
Li recentemente uma ilustração uma estória de uma serpente com raiva mordendo uma lima. Num primeiro momento ela se alegra em perceber o pó que caia perto de si e assim continua mordendo a lima. Algum tempo depois ela começa a sentir dor e ver o sangue escorrendo. É então que se dá conta de que o pó que caia não era da lima mais dos seus próprios dentes. Não suceda irmãos que em pensando que estamos ferindo os outros com nossos atos estejamos de alguma forma ferindo a nós mesmos. Sobretudo se somos corpo de Cristo.
II. Características próprias do amor ( o que o amor faz)
2.1 O amor age em esperança (v. 10)
Apesar de toda evidencia desfavorável Paulo continua tendo confiança. Isso não pode ser confundido com credulidade ingênua. Paulo era consciente sobre questões como a apostasia. Em 2.4 ela reconhece a existência de falsos irmãos no meio de igreja. Em 2 Tm 4. 10 ele lamenta o fato de que um de seus companheiros íntimos, o Demas o abandonou, amando o presente século. Devemos encarar com bastante seriedade e realismo o fato de que às vezes o pecado dentro da igreja é resultado de vidas irregeneradas; pessoas que de fato não experimentaram o novo nascimento. Não obstante é preciso entender também que muitas vezes, penso que a maioria delas, o problema não é de falta de novo nascimento mas de falta de crescimento, de maturidade, de falta de discipulado profundo, de falta de compromisso com a santidade de vida. Paulo diz então: confio de vós no Senhor.
A confiança de Paulo não é ingênua. Paulo não confia no homem pelo homem. A Bíblia diz em determinada ocasião que Jesus não se confiava às pessoas pois ele sabia o que havia no homem (Jo 2. 24,25). A confiança de Paulo estava no Senhor. Apesar do momento adverso Paulo estava convencido de chamado eficaz de Deus na vida daquelas pessoas (v. 13a). A confiança na vocação soberana de Deus nos capacita a crer que aqueles que se fizerem objeto desse chamado responderão positivamente à correção e tornarão à verdade, à justiça. À fé. É como nos ensina o livro de Hebreus: Deus disciplina ao que ama. Tudo aquele que se entende como filho de Deus recebe de bom grado a correção. E aquele que não admite a disciplina é porque de fato não é filho, mas bastardo. Quem ama aprende a esperar coisa melhor das pessoas e de fato se alegra amplamente quando vê cumpridas as suas expectativas.
2.1 O amor busca o serviço aos outros necessitamos de maior mobilidade (v. 13b)
Devo dizer de inicio que se queremos nos tornar melhores na arte de amarmos uns aos outros devemos entender que amar não é somente negativo (suportar a raiva), mas é também positivo (praticar o bem a outrem). Se você apenas tolera alguém ainda não entendeu o verdadeiro sentido do amor cristão.
Duas ilustrações me vêm à mente. Assistindo um filme ouvi uma frase que dizia mais ou menos assim: Assim é a vida em equipe; cada um cuida da vida do outro. Também ouvi dizer que existe uma espécie de ave que estando no seu ninho ver aproximar-se uma cobra, ele se joga no chão fingindo estar com a asa quebrada. A cobra então como o pássaro adulto deixando o ninho. Dessa forma a ave mãe salva a vida dos seus filhotes com a sua própria vida.
Vivemos numa sociedade cada vez mais egoísta e não nos enganemos, a cultura que temos assimilado é, mormente a cultura de nossa era que a cultura do evangelho. Algumas vezes servir ao próximo é muito mais uma questão de obrigação que uma questão de satisfação. Estamos sempre por demais ocupados para podermos servir a alguém. Quando reflito sobre isso me lembro da parábola do bom Samaritano. O sacerdote passou por longe do homem ferido; o levita também nada fez. Mas então passa um samaritano; alguém estranho a religião estabelecida em Israel, mas é justamente ele quem faz alguma coisa pelo necessitado. Os cristãos evangélicos deveriam olhar com mais atenção para essas questões. Servir ao nosso irmão precisa deixar a zona de rebaixamento. Na nossa lista de prioridades precisamos elevar a posição do item “servir”. Servir precisa deixar de ser uma coisa que fazemos apenas quando estamos absolutamente disponíveis. Precisamos aprender a sacrificar algo que não é importante a fim de podermos prestar algum serviço a Deus e ao próximo. Lembro-me do que disse Davi a Ornã: não oferecerei ao Senhor um holocausto que não me custe nada. Em fim, precisamos deixar de ser lanterninha em termos de servir a Deus, à igreja, ao irmão. É esse sentimento que nos faz por exemplo, trazer o nosso alimento a fim de oferecer uma cesta básica a alguém. É esse sentimento que nos faz botar cadeiras na cabeça quando vamos realizar um culto publico. É esse sentimento que deve existir quando vemos na igreja algo que deve ser e então tomamos a iniciativa em vez de ficarmos criticando quem não fez. Deus nos faça crescer nesse aspecto do amor.
III. A PRATICA DO AMOR, COMO SE DÁ? (V.14)
3.1 Efetivamente: Amarás. Todo crente deve ser capaz de identificar de forma concreta de que forma tem praticado o amor. Deve ser capaz de comparar a sua pratica a luz da Bíblia e confirmar se de fato está andando, crescendo e desenvolvendo-se em amor. Você está vivendo em amor?
3.2 Ao teu próximo. Envolve todas as pessoas; os nossos inimigos, aqueles com quem temos pouca afinidade, aqueles que antipatizamos, aqueles que não gostamos de amar, mas certamente deveríamos amar principalmente aos mais desprovidos e marginalizados. Certamente que vale mais um pedaço de pão para quem está com fome que uma lasanha para quem já esta saciado. Certamente que é mais valido dar uma carona para uma pobre senhora que para o empresário que ficou no prego no meio da rua. Quando menos tem a pessoa para me retribuir, mais realçado fica o amor.
3.3 Como a ti. É instintivo que desejemos nosso próprio bem. O que nem sempre é instintivo é que desejemos o bem do nosso próximo com intensidade semelhante ao que temos quanto ao nosso próprio bem. O pecado nos tornou pessoas egoístas. Mas Jesus nos convida a andar na contramão do nosso egocentrismo desejando intensamente que nosso próximo se “dê bem”.
3.4 Eis o melhor cartão postal. Eis a melhor doutrina. Eis o melhor compêndio de doutrina cristã. As pessoas poderão sistematicamente rejeitar a nossa doutrina, negar as nossas afirmações, amaldiçoar a nossa fé, rir-se da nossa fraqueza humana, desprezarem a nossa mensagem, mas se tivermos amor uns para com os outros todos conhecerão que somos discípulos de Jesus. O amor é a resposta quando tudo mais fracassa.
CONCLUSÃO: Há muitas maneiras de demonstrar amor ao próximo. Todavia, há uma que a todas supera ao meu ver: Trata-se de mostrar para as pessoas o grande amor de Deus. É dizer para elas que Deus amou o mundo de tal maneira... é ajudar as pessoas a encontrarem o caminho de volta para Deus. É ir até os lugares longínquos anunciar o evangelho da graça de Deus em Cristo. É proporcionar para os que estão cativos a uma cultura de morte a contracultura do reino de Deus que é vida em abundancia. Que Deus que é infinito em poder transforme os nossos corações e nos conduza à pratica do amor cristão.
Pr. João Batista de Lima

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